segunda-feira, 28 de maio de 2018

Malvina

Foto: Museu de Nova York

Sem velas pra queimar
Cem velas ela acendera
Arderam por seu amor
Um jovem pescador
Que sequer a conheceu
Treze flores ressecadas
Sete cores desbotadas
Malvina construiu um castelo
Num nebuloso e etéreo altar
Guardou a Lua Negra na noite
Até o astro inteiro inchar
Para dourar o seu caminho
Cantou o vento do Norte
Viajando pelos “cumulus”
Do passado fez recorte
Lançou fora as correntes
E seus adornos de sementes
Voou pela tempestade
Rojões de trovoadas, raios de sina!
Malvina sem um amor de verdade...
Malvina banhada de lavanda
Da suíte com varanda
De frente pro mar
Fez sua única maldade:
Malvina adoçou o mar...!

(Poema Classificado com Menção Honrosa No I Prêmio Sérgio Farina / RS. 2011)

*Cris Dakinis

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